A principal novidade da temporada do meio campo da equipe do PSG é o Vitinha, jogador português da base do Sporting. Atletas esses que estão cada vez mais presente nas listas dos top 10 meio campistas da temporada com varios colegas data journalist

.Análise Abrangente de Atletas de Futebol da Posição de Meio-Campo: Modelos e Aplicações
Introdução
A posição de meio-campo é frequentemente considerada o coração e o cérebro de uma equipe de futebol. Os jogadores que atuam nesta zona do campo desempenham uma miríade de funções cruciais, que vão desde a proteção da linha defensiva até a construção de jogadas ofensivas e a finalização a gol. Dada a sua importância estratégica, a análise criteriosa de atletas meio-campistas é fundamental para clubes, academias de formação, analistas de desempenho e pesquisadores. Este documento visa apresentar uma visão abrangente dos modelos de análise para jogadores de meio-campo, com base em abordagens conhecidas por instituições de futebol e na literatura especializada. Serão explorados os principais critérios técnicos, táticos, físicos e mentais/psicológicos, bem como as diferentes aplicações desses modelos de análise, como scouting, desenvolvimento de jogadores, análise de desempenho para comissões técnicas e pesquisa acadêmica. O objetivo é fornecer um material detalhado e referenciado que sirva como um guia para a compreensão e avaliação das complexas valências que definem um meio-campista de alto nível no futebol moderno.
II. Aspectos Técnicos na Análise de Meio-Campistas
A análise técnica de um jogador de meio-campo no futebol moderno é um componente crucial para entender sua capacidade de influenciar o jogo. Diversas instituições e especialistas em futebol enfatizam um conjunto de habilidades técnicas fundamentais que definem a eficácia de um meio-campista. Essas habilidades não são apenas isoladas, mas interconectadas, contribuindo para a performance geral do atleta em diferentes fases e situações de uma partida.
Um dos atributos técnicos primordiais para um meio-campista é a qualidade do passe. Isso engloba não apenas a precisão em curtas, médias e longas distâncias, mas também a capacidade de variar o tipo de passe (rasteiro, aéreo, com efeito), a força adequada e o timing para encontrar companheiros em posições vantajosas. O portal Categoria Canal destaca que a versatilidade no passe permite ao meio-campista ditar o ritmo do jogo, quebrar linhas defensivas e criar oportunidades de gol. A capacidade de executar passes que penetram a defesa adversária, conhecidos como passes chave, é particularmente valorizada. Além disso, a habilidade de realizar passes com ambos os pés adiciona uma dimensão de imprevisibilidade e eficácia ao jogador.
O controle de bola e o primeiro toque (domínio) são igualmente vitais. Um meio-campista de alto nível deve ser capaz de receber a bola sob pressão, orientando-a rapidamente para o próximo movimento, seja um passe, um drible ou uma condução. Um bom primeiro toque permite ganhar tempo e espaço, facilitando a tomada de decisão. O Football DNA Brasil ressalta que a capacidade de proteger a bola e manter a posse sob pressão é uma característica distintiva, permitindo que a equipe mantenha o controle do jogo e construa ataques de forma paciente e eficaz. A habilidade de usar diferentes partes do pé para controlar a bola em diversas situações (bola no ar, bola rasteira, com velocidade) demonstra um alto grau de refinamento técnico.
A capacidade de drible e condução de bola também é um diferencial importante, especialmente para meio-campistas com funções mais ofensivas ou que atuam em zonas congestionadas do campo. A habilidade de superar um oponente no um contra um pode desequilibrar a defesa adversária e criar superioridade numérica. A condução eficaz da bola, mantendo-a próxima ao corpo e com a cabeça erguida para ler o jogo, permite ao meio-campista progredir no campo e atrair marcadores, abrindo espaços para os companheiros. Fontes como FutbolLab mencionam que a mudança de direção e a agilidade com a bola nos pés são cruciais para escapar da marcação e iniciar jogadas ofensivas.
A finalização é outra competência técnica relevante, particularmente para meio-campistas que chegam com frequência à área adversária (os chamados box-to-box ou meias ofensivos). A precisão e a potência no chute de média e longa distância, bem como a capacidade de finalizar com diferentes partes do pé e em diferentes situações de jogo (bola rolando, voleio, após um drible), podem transformar um meio-campista em uma ameaça constante ao gol adversário. A capacidade de converter chances em gols é um indicador direto da contribuição ofensiva do jogador.
Outras habilidades técnicas incluem a capacidade de cruzamento, importante para meio-campistas que atuam pelos lados do campo ou que têm liberdade para chegar à linha de fundo, e a habilidade em bolas paradas (cobranças de faltas e escanteios), que podem ser decisivas em partidas equilibradas. A precisão e a variedade nas cobranças de bolas paradas são atributos valiosos que podem gerar assistências ou gols diretos.
É fundamental notar que a importância relativa de cada uma dessas habilidades técnicas pode variar dependendo da função específica do meio-campista (volante, meia central, meia ofensivo, meia lateral) e do modelo de jogo da equipe. No entanto, um desenvolvimento sólido em todas essas áreas contribui para a formação de um meio-campista completo e adaptável às diversas demandas do futebol contemporâneo.
III. Aspectos Táticos na Análise de Meio-Campistas
A dimensão tática é, possivelmente, a mais complexa e crucial na avaliação de um meio-campista, pois envolve a compreensão do jogo, o posicionamento inteligente, a tomada de decisão sob pressão e a capacidade de executar as funções designadas pelo treinador dentro do sistema de jogo da equipe. Instituições de referência e analistas de futebol consistentemente apontam para um conjunto de inteligências e comportamentos táticos que distinguem os meio-campistas de elite.
Um dos principais componentes da inteligência tática é a leitura de jogo. Isso se refere à capacidade do jogador de antecipar as ações adversárias e dos companheiros, identificar espaços vazios para explorar ou cobrir, e entender os momentos do jogo (transição defesa-ataque, transição ataque-defesa, organização ofensiva e defensiva). O Football DNA Brasil enfatiza a importância de os meio-campistas “escanearem” o campo constantemente, olhando por cima dos ombros antes de receber a bola, para tomar decisões informadas. Essa percepção espacial e temporal permite ao jogador estar um passo à frente, interceptando passes, iniciando contra-ataques ou encontrando soluções criativas em espaços reduzidos.
O posicionamento é outro aspecto tático fundamental. Um meio-campista eficaz deve saber onde se posicionar em diferentes fases do jogo para oferecer linhas de passe aos companheiros, proteger a defesa, pressionar o adversário e participar da construção ofensiva. O Categoria Canal detalha como o posicionamento varia drasticamente dependendo da estratégia da equipe (bloco baixo, pressão alta) e da função específica do meio-campista (volante protegendo a zaga, meia armador buscando espaços entre as linhas). A disciplina tática para manter o posicionamento correto e realizar as coberturas necessárias é vital para a solidez defensiva da equipe.
A tomada de decisão sob pressão é uma habilidade tática que diferencia os grandes jogadores. Meio-campistas são frequentemente o epicentro da construção do jogo e da pressão adversária, exigindo que processem informações rapidamente e escolham a melhor ação (passar, driblar, conduzir, chutar, temporizar) em frações de segundo. A capacidade de tomar decisões corretas consistentemente, minimizando erros não forçados e maximizando a eficácia das ações, é um indicador chave de maturidade tática. Isso inclui saber quando acelerar o jogo e quando cadenciá-lo, quando arriscar um passe vertical ou optar por um passe de segurança para manter a posse.
A participação nas transições (defesa-ataque e ataque-defesa) é um elemento crítico no futebol moderno, e os meio-campistas desempenham um papel central. Na transição ofensiva, eles devem ser rápidos para oferecer opções de passe, conduzir a bola para o campo de ataque ou lançar contra-ataques. Na transição defensiva, a reação imediata à perda da posse, a pressão no portador da bola (pressing pós-perda) e a recomposição rápida para fechar espaços são essenciais. A capacidade de mudar rapidamente o mindset e executar as ações apropriadas em ambas as transições demonstra grande entendimento tático e comprometimento com a equipe.
A compreensão das diferentes funções no meio-campo também é vital. O futebol moderno vê uma variedade de papéis para meio-campistas: o volante (ou primeiro volante/cabeça de área), focado na proteção da defesa, recuperação de bola e distribuição simples; o meia construtor (ou segundo volante/regista), responsável por ditar o ritmo e iniciar a construção das jogadas desde trás; o meia box-to-box, com grande capacidade física para atuar de área a área, contribuindo defensiva e ofensivamente; o meia armador (ou camisa 10 clássico/trequartista), com foco na criação de chances de gol no último terço do campo; e os meias laterais ou alas, que atuam pelos flancos, combinando responsabilidades ofensivas e defensivas. Um jogador que compreende as nuances de diferentes funções e pode se adaptar a elas demonstra versatilidade tática.
Adicionalmente, a comunicação em campo, embora muitas vezes subestimada, é um aspecto tático importante. Meio-campistas, devido à sua posição central, têm uma visão privilegiada do jogo e podem orientar companheiros, organizar a pressão e ajustar o posicionamento da equipe. A liderança tática, mesmo que não vocal, através de ações e posicionamento, também é uma característica valiosa.
A análise tática de um meio-campista, portanto, vai além das estatísticas de passes e desarmes. Envolve observar como o jogador pensa o jogo, como se move sem a bola, como reage às diferentes situações e como se encaixa no sistema tático da equipe. É uma avaliação qualitativa que requer observação atenta e conhecimento profundo do jogo.
IV. Aspectos Físicos na Análise de Meio-Campistas
A dimensão física é um pilar fundamental no desempenho de um meio-campista no futebol contemporâneo, caracterizado por alta intensidade, grandes distâncias percorridas e duelos físicos constantes. A capacidade de sustentar um alto nível de performance ao longo dos 90 minutos, executar ações explosivas e resistir ao desgaste físico são atributos indispensáveis. Diversas fontes, incluindo preparadores físicos e estudos científicos, apontam para um conjunto de qualidades físicas essenciais para jogadores desta posição.
Uma das capacidades físicas mais citadas é a resistência aeróbia (endurance). Meio-campistas estão entre os jogadores que mais percorrem distância durante uma partida, frequentemente ultrapassando os 10-12 quilômetros. Uma base aeróbia sólida permite que mantenham a intensidade nas ações, participem ativamente das fases ofensiva e defensiva e recuperem-se mais rapidamente entre esforços de alta intensidade. O site fcunha.com.br, em seu artigo sobre avaliação física no futebol, menciona o Teste de Cooper e testes de VO2 máximo como formas de avaliar essa capacidade. A habilidade de manter a qualidade técnica e tática mesmo em momentos de fadiga está diretamente ligada à resistência aeróbia.
A resistência anaeróbia também é crucial, pois o futebol é um esporte intermitente, com inúmeras ações de curta duração e alta intensidade, como sprints, saltos, mudanças de direção e disputas de bola. A capacidade de realizar repetidos sprints (RSA – Repeated Sprint Ability) com pouca queda de desempenho é vital para meio-campistas que precisam chegar à frente, recompor defensivamente e pressionar o adversário. Testes como o Wingate ou o Shuttle Run (Yo-Yo Intermittent Recovery Test) são frequentemente utilizados para mensurar essa capacidade, conforme indicado em diversas publicações sobre preparação física no futebol.
A velocidade e a agilidade são qualidades importantes para diversas situações de jogo. A velocidade de sprint é útil para ganhar disputas de bola, explorar espaços e realizar transições rápidas. A agilidade, que envolve a capacidade de mudar de direção rapidamente e com controle corporal, é essencial para driblar, escapar da marcação e reagir a situações imprevistas. Circuitos específicos e testes de sprint em curtas distâncias (e.g., 20 metros, 40 metros) são comuns na avaliação dessas valências.
A força em suas diversas manifestações (força máxima, força explosiva, resistência de força) é outro componente físico determinante. A força explosiva é necessária para saltos (disputas aéreas), arranques e chutes potentes. A força de membros inferiores é fundamental para a estabilidade, a potência nos movimentos e a prevenção de lesões. A força do core (região central do corpo) contribui para o equilíbrio, a transferência de força entre membros superiores e inferiores e a proteção da coluna. Testes de impulsão vertical e horizontal, além de avaliações de força muscular localizada, são frequentemente aplicados.
A flexibilidade e a mobilidade articular são importantes para a amplitude dos movimentos, a prevenção de lesões musculares e a execução de gestos técnicos com maior eficiência. Embora muitas vezes negligenciada, uma boa flexibilidade contribui para a longevidade da carreira do atleta.
A composição corporal (percentual de gordura e massa magra) também é um fator a ser considerado, pois influencia diretamente a capacidade de movimento, a potência e a resistência do atleta. Um baixo percentual de gordura e uma boa quantidade de massa muscular são geralmente associados a um melhor desempenho físico.
É importante ressaltar que as demandas físicas podem variar ligeiramente dependendo da função específica do meio-campista. Por exemplo, um volante pode necessitar de mais força para duelos e disputas de bola, enquanto um meia mais ofensivo pode precisar de mais velocidade e capacidade de realizar sprints repetidos para chegar à área adversária. A Catapult Sports destaca como a tecnologia de GPS permite monitorar as demandas físicas de cada jogador, auxiliando na personalização dos treinamentos e na gestão da carga de trabalho.
Ademais, a capacidade de recuperação entre os jogos e treinos é um aspecto físico indireto, mas vital. Atletas com boa recuperação tendem a manter um nível de performance mais consistente e estão menos suscetíveis a lesões por sobrecarga.
A avaliação física no futebol, como aponta Fabio Cunha, deve ser um processo contínuo, utilizando uma bateria de testes válidos e confiáveis para monitorar a evolução dos atletas e ajustar os programas de treinamento. A integração dos dados físicos com as análises técnica e tática oferece um panorama completo do jogador.
V. Aspectos Mentais/Psicológicos na Análise de Meio-Campistas
A dimensão mental e psicológica de um atleta de futebol, especialmente um meio-campista que opera no coração do jogo, é tão crucial quanto suas habilidades técnicas, táticas e físicas. A capacidade de lidar com a pressão, manter a concentração, tomar decisões sob estresse e exibir qualidades de liderança são atributos que frequentemente separam os bons jogadores dos excepcionais. Instituições de pesquisa e publicações especializadas em psicologia do esporte destacam diversos fatores psicológicos que influenciam diretamente o desempenho em campo.
Um dos aspectos mentais mais importantes é a concentração e o foco. Meio-campistas precisam manter um alto nível de concentração durante toda a partida para ler o jogo, antecipar jogadas, tomar decisões precisas e evitar erros. A capacidade de se manter focado apesar das distrações (torcida, provocações, placar adverso) é fundamental. Estudos como os que analisam o estresse e a ansiedade em jogadores, frequentemente citados em portais como o da UCB (Portal Revistas UCB) ou ResearchGate, indicam que a perda de concentração pode levar a uma queda significativa no desempenho individual e coletivo.
A tomada de decisão sob pressão, já mencionada no contexto tático, possui um forte componente mental. A clareza mental para avaliar rapidamente as opções e escolher a mais eficaz, mesmo em situações de alta pressão ou fadiga, é uma marca de jogadores mentalmente fortes. Isso envolve não apenas a capacidade cognitiva, mas também a confiança para executar a decisão tomada.
A resiliência e a capacidade de lidar com a adversidade são cruciais. O futebol é um jogo de erros e momentos de dificuldade. Meio-campistas mentalmente resilientes são capazes de superar erros individuais, resultados negativos ou pressão da torcida sem que seu desempenho seja drasticamente afetado. Eles aprendem com os erros e mantêm uma atitude positiva e combativa. A capacidade de “dar a volta por cima” após um revés é uma característica de atletas de alto nível.
A autoconfiança é outro pilar psicológico. Acreditar nas próprias habilidades é essencial para que o meio-campista tente passes mais difíceis, arrisque dribles em momentos cruciais e assuma responsabilidades em campo. O “Perfil psicológico de prestação de jogadores profissionais de futebol do Brasil”, um estudo encontrado em repositórios como o da FADEUP (Universidade do Porto), frequentemente aponta a autoconfiança como uma variável chave correlacionada com o alto desempenho.
A motivação (intrínseca e extrínseca) impulsiona o jogador a treinar duro, buscar a melhoria contínua e dar o seu melhor em cada partida. Meio-campistas altamente motivados tendem a ser mais dedicados, competitivos e persistentes, mesmo diante de obstáculos. A paixão pelo jogo e o desejo de vencer são combustíveis importantes.
Habilidades de comunicação e liderança também são aspectos mentais relevantes para um meio-campista, que muitas vezes atua como um elo entre a defesa e o ataque. A capacidade de se comunicar efetivamente com os companheiros, organizar a equipe em campo, motivar os colegas e, em alguns casos, assumir a braçadeira de capitão, demonstra maturidade e força mental. A liderança pode ser exercida de diversas formas, seja pela voz, pelo exemplo ou pela capacidade de inspirar confiança nos demais.
O controle emocional e o gerenciamento do estresse/ansiedade são vitais. Jogos importantes, pressão por resultados e a própria competição podem gerar altos níveis de estresse e ansiedade. Meio-campistas que conseguem gerenciar suas emoções, mantendo a calma e a clareza de pensamento em momentos críticos, tendem a performar melhor. A psicologia do esporte oferece diversas técnicas para ajudar os atletas a lidar com essas pressões, como visualização mental e técnicas de relaxamento, conforme explorado em alguns estudos sobre o tema.
A inteligência emocional, que envolve a capacidade de reconhecer e gerenciar as próprias emoções e as dos outros, também contribui para um melhor relacionamento com companheiros de equipe, comissão técnica e até mesmo adversários, impactando positivamente o ambiente e o desempenho coletivo.
A fadiga mental, como apontado em alguns estudos (por exemplo, em Dialnet), também é um fator a ser considerado, pois pode afetar a tomada de decisão, a precisão técnica e a reatividade do jogador, mesmo que fisicamente ele ainda esteja apto. A capacidade de manter o frescor mental ao longo de temporadas desgastantes é um diferencial.
Em suma, a análise dos aspectos mentais e psicológicos de um meio-campista envolve observar seu comportamento em diferentes situações de jogo, sua capacidade de lidar com a pressão, sua interação com os companheiros e sua consistência emocional. Embora mais difícil de quantificar, essa dimensão é cada vez mais reconhecida como determinante para o sucesso no futebol de alto rendimento.
VI. Aplicações dos Modelos de Análise de Meio-Campistas
A análise de jogadores de meio-campo no futebol não é um processo monolítico; ela se adapta e se molda de acordo com o propósito específico para o qual está sendo conduzida. Os critérios técnicos, táticos, físicos e mentais anteriormente discutidos são ponderados e aplicados de maneiras distintas dependendo se o objetivo é identificar novos talentos (scouting), desenvolver jogadores existentes, analisar o desempenho para a comissão técnica, ou conduzir pesquisas acadêmicas. Compreender essas diferentes aplicações é fundamental para contextualizar a importância de cada aspecto da avaliação.
1. Observação e Captação de Talentos (Scouting)
No scouting, o foco principal é identificar jogadores com potencial para integrar uma equipe, seja nas categorias de base ou no nível profissional. Os olheiros e analistas de scouting buscam um conjunto de características que sugiram um alto teto de desenvolvimento. Para meio-campistas, isso pode incluir:
Potencial Técnico Bruto: Habilidades técnicas fundamentais (passe, controle, drible) que se destacam, mesmo que ainda necessitem de refinamento. A capacidade de executar gestos técnicos complexos com naturalidade é um bom indicador.
Inteligência Tática Inata: Leitura de jogo, tomada de decisão e posicionamento que demonstram uma compreensão instintiva do jogo, mesmo em jogadores jovens. A capacidade de adaptação a diferentes situações táticas é valorizada.
Atributos Físicos Promissores: Qualidades como velocidade, agilidade e uma boa estrutura física que possam ser desenvolvidas. A projeção do desenvolvimento físico futuro do atleta é considerada.
Mentalidade Competitiva: Atitude em campo, resiliência, desejo de vencer e capacidade de lidar com a pressão, que podem ser observados no comportamento do jogador durante as partidas.
Documentos como o “ANÁLISE DE SCOUT NO FUTEBOL: Fundamentos técnicos individuais” (EEFFTO/UFMG) e materiais da Universidade do Futebol sobre scouting enfatizam a necessidade de um olhar treinado para identificar não apenas o desempenho atual, mas o potencial futuro. O scouting para meio-campistas muitas vezes prioriza a inteligência de jogo e a capacidade técnica, pois são qualidades mais difíceis de serem ensinadas em comparação com aspectos físicos, que podem ser melhorados com treinamento específico. A análise de dados (scout estatístico) complementa a observação qualitativa, fornecendo métricas objetivas sobre passes, desarmes, etc., mas o contexto e o “olho clínico” do observador são cruciais.
2. Desenvolvimento de Jogadores
Quando a análise é voltada para o desenvolvimento de jogadores que já fazem parte de um clube, o enfoque muda. O objetivo é identificar pontos fortes a serem potencializados e áreas de melhoria a serem trabalhadas. Para meio-campistas, isso envolve:
Análise Detalhada de Desempenho: Utilização de vídeos e dados para fornecer feedback específico sobre aspectos técnicos (ex: precisão de passes em diferentes zonas, percentual de acerto em dribles) e táticos (ex: posicionamento em fases defensivas, participação na construção ofensiva).
Programas de Treinamento Individualizados: Com base na análise, são elaborados planos de treinamento para aprimorar habilidades específicas. Por exemplo, um meio-campista com boa visão de jogo, mas deficiente no passe longo, pode ter sessões focadas nesse fundamento.
Desenvolvimento Físico Específico: Programas para melhorar a resistência, força ou velocidade, adaptados às demandas da posição e às características individuais do jogador.
Acompanhamento Psicológico: Suporte para desenvolver a confiança, a concentração e a resiliência do atleta.
A análise para desenvolvimento é um processo contínuo, com avaliações periódicas para monitorar o progresso e ajustar os planos de treinamento. O foco está no crescimento do jogador a longo prazo.
3. Análise de Desempenho para Comissão Técnica
Este tipo de análise visa fornecer informações à comissão técnica para a preparação de jogos (análise de adversários) e avaliação do próprio time. Ao analisar meio-campistas (próprios ou adversários), os analistas de desempenho focam em:
Padrões Táticos: Como os meio-campistas se movimentam, como participam da saída de bola, como pressionam, quais são suas zonas de atuação preferenciais.
Pontos Fortes e Fracos: Identificar as principais qualidades e vulnerabilidades dos meio-campistas adversários para explorá-las, e dos próprios jogadores para otimizar suas funções.
Contribuição para o Modelo de Jogo: Avaliar se os meio-campistas estão cumprindo as funções táticas designadas dentro do sistema de jogo da equipe.
Métricas de Desempenho: Utilização de estatísticas avançadas (mapas de calor, redes de passes, xA – expected assists, xG – expected goals) para quantificar a influência dos jogadores.
Relatórios de jogo e análises de vídeo são ferramentas essenciais nesta aplicação. A informação precisa ser concisa e relevante para auxiliar nas decisões táticas do treinador antes, durante e após as partidas.
4. Pesquisa Acadêmica e Científica
No âmbito acadêmico, a análise de meio-campistas pode ter diversos objetivos, como:
Desenvolvimento de Novos Métodos de Avaliação: Criar e validar novos testes ou protocolos para medir habilidades técnicas, táticas, físicas ou psicológicas.
Estudo das Demandas da Posição: Investigar as exigências específicas da posição de meio-campo em diferentes níveis competitivos ou faixas etárias.
Relação entre Variáveis e Desempenho: Analisar como diferentes fatores (físicos, técnicos, táticos, psicológicos) se correlacionam com o sucesso na posição.
Comparação entre Diferentes Populações: Estudar as características de meio-campistas em diferentes países, ligas ou categorias.
Publicações em periódicos científicos (como os encontrados em SciELO, ResearchGate, Dialnet) e teses acadêmicas (como as dos repositórios universitários) são exemplos dessa aplicação. A pesquisa busca gerar conhecimento que possa, eventualmente, ser aplicado na prática por clubes e federações.
5. Categorias de Base vs. Futebol Profissional
A análise também difere significativamente entre as categorias de base e o futebol profissional. Nas categorias de base, o foco principal é o desenvolvimento a longo prazo e a identificação de potencial, com maior tolerância a erros e ênfase na aprendizagem dos fundamentos. No futebol profissional, a pressão por resultados imediatos é muito maior, e a análise de desempenho para otimização da performance e obtenção de vitórias ganha proeminência.
Em conclusão, a análise de um meio-campista é uma tarefa multifacetada, cujos métodos e prioridades são ditados pela aplicação específica. Seja para descobrir o próximo grande talento, aprimorar um jogador existente, preparar uma equipe para a vitória ou expandir o conhecimento científico sobre o futebol, uma abordagem analítica bem fundamentada é indispensável.
VII. Lista de Referências (Exemplos e a serem completados com URLs específicas)
Categoria Canal: Artigos e análises sobre táticas e posições no futebol. (Ex: categoriacanal.com)
Football DNA Brasil: Conteúdo sobre treinamento, análise tática e desenvolvimento de jogadores. (Ex: footballdna.com.br)
FutbolLab: Artigos e cursos sobre análise de jogadores e táticas de futebol. (Ex: futbollab.com)
Catapult Sports: Blog e recursos sobre análise de desempenho e tecnologia no esporte. (Ex: catapultsports.com/pt/blogue/analise-tatica-no-futebol)
Fabio Cunha (fcunha.com.br): Artigos sobre preparação física e avaliação no futebol.
SciELO (scielo.br), ResearchGate (researchgate.net), Dialnet (dialnet.unirioja.es): Repositórios de artigos científicos e publicações acadêmicas sobre ciências do esporte e futebol.
EEFFTO/UFMG (Repositório da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da UFMG): Teses e dissertações sobre futebol e análise de desempenho. (Ex: www.eeffto.ufmg.br)
Universidade do Futebol (universidadedofutebol.com.br): Cursos, artigos e materiais sobre diversos aspectos do futebol, incluindo scouting e análise.
Portal Revistas UCB (portalrevistas.ucb.br): Publicações científicas, incluindo estudos sobre psicologia do esporte.
FADEUP (Repositório da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto): Estudos e publicações sobre desporto e psicologia. (Ex: rpcd.fade.up.pt)
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